Nesse ano de 2012 foram realizados e estão previstos dezenas de
Concursos Públicos em todos os níveis. Muitos deles estipulam apenas a
exigência mínima de escolaridade no nível médio, até porque praticamente
inexistem hoje em dia concursos com escolaridade menor que essa.
Em Maio fez sucesso um concurso para a Petrobras com 873 vagas de nível
médio com salários na faixa entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00. A Petrobras já
divulgou que pretende contratar milhares de funcionários nos próximos anos, o
que certamente vai obrigar a empresa a organizar pelo menos dois concursos por
ano, tanto para o nível médio quanto para nível superior. Iguais a esses,
vários outros concursos de outros órgãos também serão abertos. Em Outubro veio
o do BB. Os dos Tribunais pagam em torno de R$ 4.000,00 para os Técnicos de
Nível Médio.
E aqueles que não tem o Ensino Médio (antigo segundo grau) completo? O
que podem fazer? Existe alguma solução de curto prazo?
Dados do IBGE e MEC mostram que estes são mais de 60 milhões de
brasileiros, isso sem contabilizar os analfabetos (15 milhões) e os com menos
de 3 anos de estudo, considerados analfabetos funcionais (outros 15 milhões).
Podemos imaginar o que isso significa para essas pessoas e para o país
como um todo. Apagão de mão de obra e menores e piores oportunidades de
empregos, já que a exigência de Ensino Médio completo é quase unânime.
A única alternativa até pouco tempo atrás para esse pessoal era o EJA
(Educação de Jovens e Adultos) com algumas variantes disso em alguns estados.
Mas, problemas de encaixar horários de freqüência ao curso e às provas
conflitantes com horários de trabalho, dificuldades de deslocamentos, locais de
difícil acesso e mesmo falta de motivação para encarar uma sala de aula
tornaram essa uma opção para uma minoria. Apenas 1,5 milhão de alunos fazem o
EJA.
Mas agora existe uma outra opção.
Em 2009 o MEC tomou uma decisão importantíssima e que ainda não foi
suficientemente divulgada. O ENEM vale para certificação do Ensino Médio, como
se fosse um exame Supletivo.
A regra vale para os maiores de 18 anos e não depende de nenhum outro
pré-requisito. Os alunos precisam atingir 450 pontos nas provas objetivas (eram
400 até 2011) e 500 na redação (Não é um índice qualquer. É a média do Ensino
Médio).
Esse ano a prova já está marcada para Novembro e as inscrições ocorreram
em Junho. E a partir do ano que vem serão duas oportunidades por ano.
Assim, quem quiser começar a fazer concursos a partir do ano que vem e
ainda não tem o Ensino Médio, já tem uma alternativa: começar a estudar
imediatamente para o ENEM. Assim que saírem os resultados, se aprovado, basta o
candidato ir buscar seu diploma e se inscrever no próximo concurso, ou, se
preferir, em um curso técnico ou curso superior.
Nos dois últimos anos, cerca de 1 milhão de pessoas já fizeram o exame
com a finalidade de certificação (Basta assinalar essa opção na hora da
inscrição). E mais de 200 mil passaram.
O formato das questões do ENEM, muito inteligente, privilegia o
raciocínio em detrimento do “decoreba”. Isso é essencial para o adulto que
abandonou os estudos, mas que vive, produz, trabalha e convive com esse nosso
mundo de informações.
Não é simples e nem fácil, mas esse cidadão vai poder se preparar na
base do auto-estudo, de qualquer lugar, a qualquer momento e no seu próprio
ritmo, podendo conciliar os estudos com o lar e o trabalho e, quando aprovado,
participar dessa oportunidade, representada pelos concursos públicos, a qual,
atualmente, não está a seu alcance.
Fonte: Redação Eschola.com
Texto de: Paulo Barreira Milet - empresário, Matemático (UnB), MBA em Adm. Pública (FGV), especialista em Ensino a Distância (EAD), sócio e Diretor da ESCHOLA.COM